segunda-feira, 7 de junho de 2010

Em busca da Paz - Capítulo I.

Ele estava coberto de frio, seus dedos finos já não aparentavam vida, a serragem de geada acariciava sua pele como um ácido. Seus pensamentos vagantes viajavam ao um destino caloroso que jamais ia encontrar, pois já estava entregue para a morte, ele sabia que estava próximo pois estava sozinho numa rua deserta, se questionava como foi parar lá, mas nenhuma resposta iminente ousava tocar seus pensamentos frios, obsoletos Seu coração bombeava de uma maneira desesperada, um instinto de sobrevivência evasivo que não superava sua mente fraca, que não ajudava em nada, aliás nunca ajudou, pois era um fracassado, nunca desfrutou da sua capacidade intelectual. A rua sobre a penumbra generalizada não dava atenção ao estado hipotérmico que o sujeito chegara. Vamos voltar há uns tempos atrás:
Julian Sebastian Bach, sujeito sério, trabalhador e de classe média. Estudava psicologia na faculdade próximo a sua residência no centro da cidade, trabalhava como estagiário num hospital. Sua função era acompanhar e auxiliar os psicólogos, estava feliz por ter conseguido um emprego desses, pois a maioria dos estudantes iam pra recursos humanos, recrutamento e seleção ou o estágio que a faculdade cedia com supervisão. Porém era dotado de uma auto estima fragilizada, não confiava no seu potencial, muito menos nos seus sonhos que até então eram vagos. Aparentemente não demonstrava nenhuma doença mental, nem transtornos de personalidade, talvez um leve sintoma de anti-social, por não querer se expor, pois não suportaria ouvir uma crítica de alguém, ele se distacianciava dos testes, dos jogos, e de tudo que faria provar quem é o melhor e pior. Sua diversão se baseava em ler, assistir filmes, conversar com seus amigos fiéis sobre a vida, e tentar inutilmente entender as mulheres e por trás das cortinas se entender.
- O que você pensa que está fazendo? grita Jimi, exalando uma bafada de ar frio.
- Me deixe em paz, não preciso de ninguém!
Correndo em direção oposta, Julian disparava ofegante nas ruas, não sabia aonde estava indo nem o que estava fazendo.Foi um choque meteórico para seu ego o que ocorreu naquela noite, Julian estava abalado, desorientado, e estava prestes a cometer uma loucura, sua razão se esfarelou inteira quando presenciou aquele drástico momento, agora o que restava de Julian era a insanidade.