sexta-feira, 18 de março de 2011

Lágrimas Secas

E hoje derramo aquelas lágrimas que segurei por todo aquele instante, pensei que tinham secado e superado aquela situação, mas elas estavam apenas esperando um momento frágil, um momento de desamparo.

As vezes estufamos o peito, refletindo a imagem de um ser sem piedade, forte, mas somos feitos de carne e osso, até nossos animais sentem, ficam tristes, mas não temos mais tempo para chorar, chorar é feio, apenas aceitável aos bêbes, as crianças nem tanto, a dor física gera sofrimento, mas não há o que se compara a dor emocional. As vezes demora anos para passar.

Cada lembrança, cada segundo do filme que registramos na nossa vaga memória, nos instiga a querermos voltar para viver mais uma vez aquele dia que descemos na montanha russa, e todos depois foram comer cachorro quente na estrada, sem compromissos de adulto, apenas vivendo aquele minuto. Outrora desejamos voltar para solucionar problemas que nos atormentam até hoje, se eu tivesse tomado a atitude certa, nada teria acontecido. Pensamentos como esse são familiares e clichês.

Quando aquela pequena onda ricocheteou minhas canelas, me subiu sensações remotas de estar plenamente livre, com as dívidas pagas com a natureza, a quem nós, humanos temos uma conta infinita. Me subiu também, pensamentos aleatórios, perguntas de como seria viver ali, comendo frutos do mar depois de um dia de reflexões, de um dia brincando com a filha, tomar um banho de mar, e abraçar a natureza como se fosse um carinho de mãe e filha. Como seria fugir do capitalismo urbano, fugir de competições fúteis de salário, status e bens materiais, fugir das contas que nos perseguem em sonhos noturnos, fugir das falsas amizades, fugir dos senhores feudais que nos beneficiam com 0,01% dos seus monstruosos lucros, fugir.

Guardo isso na imaginação, assim como guardei minhas lágrimas por tanto tempo, anestesiado por ilusões consumistas e falsos prazeres instantâneos que nosso meio proporciona. Hoje, tenho orgulho e sabedoria para poder chorar, me considero um homem, que apesar desse ar de revolta, e essa filosofia de vida diferente de todos, as vezes interpretado como um adolescente, me sinto digno de tudo que faço, tudo que construo, de tudo que me consagra quem eu sou.

Subindo a escada, pude perceber a importância de cada degrau que pisei, agradeço eternamente por cada passo, não quero chegar ao final da escada tão cedo, pois acredito que quando o homem para de sonhar, de crescer, ele já não mais acredita em si mesmo, é preciso um sentido, seja qual for, seja para o bem e nunca para o mal.
O existencialismo nos prega isso tão bem, que na teoria poderia resolver o problema de todos, mas nosso cortex passa por um processo de lavagem todos os dias, na GLOBO, na faculdade, no meio social, na internet, nas condutas dos amigos. Enfim, temos que ser fortes intelectualmente, para podermos selecionar nossos ideais, nossos parâmetros, nossas metas, e que nunca seja uma meta xerocada, um ideal copiado, mas sim original e que responda ao nosso desejo mais sincero.

E aqui estou, numa sexta feira, Há meia noite, escrevendo o que vem diretamente das minhas sinapses, não sei o porquê, nem o quê, só sei que era pra ser feito. O fato de você estar lendo até aqui, significa muitas coisas, não acredite na ciência quanto a isso, que a coincidência, que o acaso é a resposta. Pense em energia, pense na atração, pense em espiritualidade e veja o porquê das perguntas que ninguém se presta a querer de fato responder, que eu também vou tentá-las, uma delas é porque eu estou escrevendo isso? estou delirando? Sou um pseudo intelectual?
talvez, pode ser, porquê não?

Se encontre e depois não importa. Você saberá o que fazer.

Fiquem em paz.