domingo, 11 de dezembro de 2011

Das manifestações

Escutando, agora, Engenheiros do Hawaii: "se for preciso, eu volto a ser caudilho..."

Lembro-me, nestas horas, de uma frase dita nos tempos da Revolução Francesa: "às armas cidadãos..."

Às armas para quê? Que queremos nós?

Cheguei à seguinte conclusão: antes de gritar para a sociedade, é necessário adentrar o seu próprio abismo e, lá dentro, gritar. Sim!, antes de gritar com os outros, é imprescindível que saibamos o porquê de isto estarmos fazendo.

Nietzsche estava certo, vejo eu. Aquele que ascende às massas, assim o deve fazer como líder e, não, como massa, porquanto esta sucumbe de um mal, diga-se, incurável, a miséria. Seus valores miseráveis, arquitetados sobre a fraqueza, talvez tenham alguma ligação com tudo o que percebo hoje, explico: há aqueles - os pastores de ovelhas ou encantadores de serpentes, como quiserem intitular - que doutrinam as pessoas de forma tão abjeta, a ponto de que elas sejam instruídas para gritar, contudo, essas ovelhas (pessoas) não sabem o porquê de estarem gritando. Em outras palavras, se o pastor disser-lhes que devem dirigir-se ao abismo, assim o farão e, por serem incapazes de levantar dúvidas e questionamentos, cairão no precipício, falecendo, por consequência.

Aquele que sabe a razão de seu brado, o real motivo de seu inconformismo, não grita simplesmente por gritar. Ademais, aquele que conhece o seu abismo, saberá calar no momento exato. Ocorre que a massa indigna-se com aquele que se cala no momento em que todos estão a gritar. A massa quer transformar todos em iguais, assim, termina por anular as qualidades individuais, porém, aquele que tem bom discernimento sabe bem que o todo é composto pelas partes. 

Por que dizer isto? Pelo seguinte:
Aquele que sabe a razão do seu inconformismo guerreia de acordo com o que crê ser correto, em outras palavras, ele não grita a esmo, isto é dispêndio desnecessário de energia.

O modus operandi é, muitas vezes, o que dá a vitória em uma guerra.

O exército que vence não é o mais numeroso, mas, sim, o mais instruído.

A massa nunca vencerá se agir como tal, assim sendo, é necessário uma revaloração de alguns valores. É imprescindível que a massa, o oprimido, o humilde, se não quiser mais ser assolado, modifique essa cultura milenar que assim o determina.

Há, ainda, aqueles que acreditam que o simples ato de gritar e reclamar resolverá o problema.

Chego, pois, à seguinte conclusão: só pode apontar e reclamar do problema, aquele que possui as mínimas coordenadas para chegar à solução.


POR ALEX CALDAS (@Alex_Caldass)