terça-feira, 6 de setembro de 2011

Corpo e alma.


Despertei de um sonho psicodélico e escaldante, assistia meu corpo de longe tomando ações que não eram de minha sã consciência. Tentei chegar perto e adentrar minha alma no corpo substancial, mas apenas atravessei como um fantasma. O que tinha acontecido? A última recordação que havia em minha memória de curto prazo, era de estar tonto no escurecer da noite na praça central e sentir perder as forças e desabar. Não sei o que ocorreu, alguma substância química, ou um projetil que havia estampado em minha nuca.

Não importava, agora eu via meu corpo andar involuntário, estava congelado com a cena.

Aquelas cenas de filme hollywoodianas que você se sente no filme, passando pela pele da vítima, assim eu beirava a loucura; E como nos filmes eu não tinha controle, era tudo planejado.

Corri enlouquecidamente para descobrir o paradeiro onde me encontrava, eu(alma), e eu (corpo).
Já tinha visitado aquele local em sonhos, mas estava escuro demais, minha visão tentou se adaptar, mas sentia a tontura afetar tudo. Inspeciono as paredes, e percebo que estou num Hospital. E meu incontrolável corpo está procurando algum instrumento desesperadamente.
Mas o que diabos estou fazendo num Hospital de madrugada?
Resolvi sair daquele local, estava estranho demais.

Dirigindo a até a saída encontro a porta no chão. Fiquei louco de vez.
Invadindo um Hospital Tenebroso e assustador a procura de quê?
Dei uma última olhada para trás, e me assisti derrubando todos os armários alucinadamente, gritando - ''onde está a minha alma... onde está a minha alma?''
Imóvel, olhando para aquele cena, meu corpo tremia como num ataque de convulsão.
O medo se tomou conta da minha racionalidade, e calma.

Resolvi sacudir meu corpo, como se tentasse acordar-lo do surto.
Mas ele nem sequer notou minha presença.
Eu gritava como um louco, já estava no hospital psiquiátrico, só faltava a loucura invadir minha sã consciência.

De repente, três enfermeiros correm em minha direção e eu paralisado, e meu corpo entrega minha posição, - '' Ali em baixo das cadeiras, é ele!!!''
E eu acordo novamente, suando frio.
Precisava ter certeza de que não era outro sonho, e que meu corpo estava unido a minha alma.
Olho para espelho, e não enxergo nada.


''Um conto que serve como crítica as clínicas que ainda agem com o pensamento de hospitais psiquiátricos, humanização já a todo atendimento as doenças psicológicas.''

Pippo Pezzini - @pippopezzini