sexta-feira, 15 de junho de 2012

O Rock Brasileiro



Realmente a coisa está feia. E muito.

Ora não me venha com aqueles papos de gostos serem respeitados. Em meios aonde a hipocrisia é menor (como a literatura), isso não acontece. Pelo menos não com a mesma intensidade. Mas é algo complicado. Realmente é difícil julgar algo que é bom ou ruim, afinal...mimimi. Mas talvez eu possa teorizar isso em torno da moral. Do humanismo. Música à favor do bem, da igualdade, do ser humano. Mas e a diversão, aonde fica? Depende. Aonde vão parar as conseqüências desta diversão? Qualquer extremo leva a perdição.

Eu não vou abordar papos clichês de conteúdo e inteligência, muito menos dizer coisas óbvias como, as consequências do funk. Acho que o mal que deve ser combatido não é esse. Este mal eu chamo de controvérsia musical. Mas o que seria isso? Exemplifiquemos.

Pois bem, surgia então o rock'n roll clássico, filho do já questionado blues, deixando a sociedade de cabelos em pé. Elvis Presley e seu rebolado destruía todos os conceitos de conservadorismo, trazendo à tona a mentalidade revolucionária do jovem. Passam-se x anos e o que vemos? Rock sendo visto como música de gente superior, culta, inteligente. Esse seria o caso do underground, porque o midiático nem vale a pena citar. Acontece aqui uma bela e ridícula CONTROVÉRSIA!

Mas alto lá. Ainda não termina. Nosso rock nacional, é induzido por Raul então. Logo depois a Tropicália, os anos 80 e uma geração mágica, um último esboço do movimento punk com os anos 90 e de repente...tudo desaparece! O rock brasileiro morreu faz tempo. E outros estilos, chamados pelos cultos roqueiros de "baixos" como o rap, estão dando uma verdadeira lição do que é a música de qualidade. A música que move legiões. O  brasileiro, desde o antigo ao atual está fazendo o que o rock deixou de fazer faz tempo. Criar mentes fortes, ideológicas e que façam algo por alguém. Não simplesmente chorar e falar de namoros. Ou mostrar seu nível cultural abordando estilos que misturam anos 60 com o novo. Chega de status social, rock não é isso!

O rap é o rock'n roll de verdade aqui no Brasil!

Mas daí você chega e apresenta o rap para um roqueiro e ele rejeita. É um estilo muito fraco para o nível cognitivo-intelectual-cultural de sua guitarra Fender de quatro mil reais. O importante é a demonstração de poder. É como a frase de Tico Santa Cruz: pessoas feias tornam-se músicos, para assim tornarem-se lindas. Mas eu pergunto? Isso é rock? Com certeza há o contexto comercial (inclusive no rap atual, criticado pelas escolas antigas), mas é o foco que quero englobar é a própria ignorância do povo. Por fim, deixo um conselho.

Prezado rock brasileiro,

Tire lições com seu filho rap. Ele está mais forte do que nunca. Está movendo as massas. Abra a mão de seu orgulho de intelecto e status e admita que está morto. Reviva com criatividade. Não para comer todo mundo com letrinhas românticas. Olhe o que se passa ao seu redor e DESTRUA. Isso é rock! É ser contra! Chega de voltas a Beatles e Rolling Stones! Não, não, o caminho não é por calças coloridas! Pare e reflita: como Raul Seixas chegou até Renato Russo? O que mudou. Vamos levante! Seus fãs precisam de ti. Chega de tocar por sucesso, dinheiro e mídia!

Por favor, volte a ser o rock de verdade!

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Início, Meio e Fim - A linha tênue entre a genialidade e a loucura.



Realmente não esperava tanto de um documentário, desde pequeno ouço as músicas do Raul Seixas graças a meu pai que numa atitude audaciosa me presenteou com o CD. E por ser muito jovem, não entendia as letras, mas adorava as melodias e as misturas de estilos. Fiquei um tempo sem ouvir, e comecei a ler, pensar, questionar, escrever, tocar, e isso tudo me deu embasamento para ter um olhar mais poético e crítico sobre as letras. E então entendi o que o gênio da música brasileira queria passar nas suas músicas, situei todas as letras naquele contexto da época, da ditadura, do movimento da contra cultura. E fiquei fascinado. 

Ontem pude assistir ao documentário ‘’Início, fim e o meio’’ que conta a história em forma de depoimentos e filmagens da época da vida do Raul Santos Seixas. Influenciado pelo rock, blues, country desde cedo, especificamente  Elvis Presley, montou bandas na qual já demonstrava um expressão e talento de um artista em crescente. Com a ambição de conseguir reconhecimento pela sua música, batalhou muito até assinar contrato com a gravadora que difundiu seu trabalho. 

Paulo Coelho foi uma figura importantíssima na libertação da loucura poética de Raul Seixas, e parceiro na composição de muitos sucessos. Outros compositores também dividiram letras, e todos dão seu depoimento no filme. No decorrer do documentário, temos a oportunidade de sentir o quão influente ele foi, e entender a genialidade daquela loucura. A inteligência subliminar que permitia que suas músicas não fossem censuradas, libertou a mente de uma geração que aderiu a filosofia do seixismo. ‘’Faça o que tu queres, pois é tudo da lei’’ ‘’Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante’’.

 E o exército estava formado, uma corrente de pensamento místico e ideológico foi compartilhado e vivido. O filme trata da clara decadência da carreira e da vida pessoal de Raul em função da dependência química. Fazem-nos questionar até que ponto ela servia de estimulante criativo, ou se apenas era um analgésico que cicatrizava as dores da distância familiar. Assistam e vejam por vocês o que foi a vida desse gênio. Excelente trabalho do Walter Carvalho e toda produção envolvida. ‘’Enquanto você se esforça pra ser um sujeito normal e fazer tudo igual’’

segunda-feira, 7 de maio de 2012

FAST FOOD

O barulho dos carros me faz perder o gosto das manhãs, quem dera ouvir o quebrar das ondas sentando numa poltrona na sacada. E agora fico imaginando como seria poder ter isso todos os dias. Apreciar um café com chocolate com goles suaves, sem pressa para bater o ponto. A humanidade bateu a cabeça quando passou a acreditar que a essência da felicidade estaria no modelo capitalista, que comprar as coisas que você vê nas propagandas lhe faria mais feliz.
Não vou mentir que por uns dias possa lhe fazer bem, mas serve apenas como anestésico do stress do trabalho, é como a cocaína que logo acaba o efeito. E aí você quer mais?
Ser feliz é relativo, diria que são momentos específicos, instantes que as glândulas disparam hormônios do bem estar. Mas será científico?
A consequência sim, a causa não.
Nada nos faz tão bem quando temos alguém que amamos por perto. As vezes um carinho pode significar mais que qualquer palavra copiada, ou presente material.
Somos movidos pelo EGO, pela satisfação dos desejos. E isso pode entrar em conflito com os desejos das companheira. Quando há uma briga por atenção, neurose obsessiva, descompreensão da busca dos objetivos alheios.
Quando não há amor suficiente que suporte que o próximo não é um ser perfeito.
Aquelas cenas de comédia romântica, propagandas de margarina e a doce ilusão que nos faz viver aquilo por um momento. A pessoas necessitam disso, já que a realidade é tão diferente do que se gostaria.
Eu mesmo gosto de assistir alguns filmes desse gênero, seria a mesma explicação do sentimento de ansiedade quando você conhece alguém interessante. E o contraponto é que quando se está num relacionamento, se o amor não se renova, você sente cada vez menos aquele suspiro apaixonado de adolescente.
O que falta? Criatividade? Amor? Cumplicidade?
Talvez empatia. A tentativa de se colocar no lugar do outro, atitude que gera compreensão livrando dos julgamentos pré-concebidos. Estamos na era das opções de livre acesso, e os relacionamentos descartáveis acometem manias de perfeições, se não está bom se troca.
Vai um big mac?

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Parados no Tempo

Seria uma afirmação exagerada? Não creio!

Como é possível afirmar que uma cidade que está crescendo nitidamente, considerado um dos maiores polos industriais da América do Sul e que mudou drasticamente nos últimos dez anos, esteja parada no tempo?
Você meu caro leitor, parou para ler exatamente as “qualidades” que citei inicialmente? Pois é. Sem dúvidas são pontos chave no desenvolvimento de qualquer comunidade, mas sinceramente, será que são as mais importantes? Poucos conseguem observar as outras partes, as que digamos, estão paradas.


Então, temos visto pessoas de todas as partes do Brasil vindo para cá visando oportunidade. Estamos crescendo. Mas o engraçado é que não consigo ver este dito crescimento em certos pontos. Não sou professor, mas tenho grandes referências práticas (que é o que interessa) nesta área e não foi exatamente o que tenho ouvido destes profissionais (claro, a culpa é do estado, kkkkk). O que dizer de uma evolução aonde a maior Universidade daqui baixa de qualidade nas avaliações e os preços aumentam? Ou melhor. Continuo vendo universitários insatisfeitos (poucos, normalmente aqueles que não dependem do dinheiro do papai pra estudar).


E as outras instituições de ensino? Foram fundadas várias. Consequência do “crescimento”. Obviamente elas buscaram abordagens diferentes da mais tradicional não é? Pois é, a realidade não demonstra isso. Preços mais altos ainda, ensino questionável e o pior de tudo, direcionador. Resumindo, as instituições superiores daqui não dão conhecimento para o aluno em si e sim conhecimento próprio para que ele vá contribuir para manter esta hierarquia nos anos seguintes.


Mas então saímos desta abordagem e chegamos na pior delas, a que mais estamos lentos, que é a cultural, intelectual. Desde criança, somos induzidos pelas gerações antigas a pensarmos com a carteira. Racismos e xenofobias continuam evidentes. O pior de tudo, o preconceito social, o da classe. Normalmente os altos e baixos têm dificuldade de se misturar. Mas o mais hilário de tudo são os pensamentos, as aspirações das pessoas daqui.


Nos anos 50 o sonho do homem era arrumar um emprego e se casar. Nas gerações seguintes houve excessos de rebeldia em virtude dos movimentos culturais. Nos anos 90, a popularidade dos esportes aflorou. Mas sinceramente, quantas pessoas daqui fogem da lógica da primeira opção? No caso das mulheres é mais lamentável ainda. Em pleno século XXI ainda vemos pressão social por namorado e marido nas meninas de 20 e poucos anos. E ela que nem pense em se relacionar com um músico ou um cara sem carro.
E você meu caro caxiense, conhece alguma prática de esporte apoiada fora o futebol falido dos clubes daqui? Bibliotecas? Até mesmo estilos de música com conteúdo como Blues vincularam-se com status social e superioridade. E a valsa da repetição continua sendo dançada. Passeatas por animais e zumbis acontecem. Agora, racismo, violência, pobreza? 


Por fim tenho um triste recado verídico que ouvi de profissionais da área que possuo contato. Meu caro leitor, de nada interessa seu nível de cultura ou capacidade intelectual se isso não for útil a eles. Sua lábia ou habilidade com a língua-pátria não importa. Pior ainda. Se você for um pouco mais “culto” que a maioria é mais fácil que seja repudiado, ainda mais se for de classes sociais baixas. Resumindo, todo seu ensino médio é dedicado ao vestibular. Ah e à vestibulares específicos. Aristóteles, Beethoven, Freud...provavelmente estariam falidos aqui.
E você? Vai continuar parado no tempo?

Texto dedicado à Alex Caldas e Pippo Pezzini, gladiadores que nunca pararão no tempo!

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Insônia (parte 1)



''Já cansei de tentar conscientizar as pessoas sobre o que certo e o que é errado, quantas vezes sabia do que se tratava, dos valores morais de cada decisão, e escolhi o errado. Então deixamos a hipocrisia para outros fins.






Já cansei de esperar as pessoas mudarem seus paradigmas, conceitos, personalidade e puta que o pariu. Chame como você quiser, eu acredito numa falsa mudança para agradar familiares, namoradas, amigos e chefes, como diria Dr. House, todos mentem. E não acredito em Papai Noel, para crer em mudanças tão intrínsecas.






Já cansei de repudiar certos instintos, vou concretizar-los a maioria que puder. Não vou esperar aprovação de Ninguém, não mesmo.






Já cansei de virar noites, conversando, bebendo, chorando, tocando, e muitos outras besteiras... Certamente a insônia é a principal culpada nesse julgamento. Ela me faz escrever, ela que me faz ativar minha memória, ela que me faz viver. Ela é meu oxigênio que combinado com outro átomo se torna letal, mas por ora é vital.''






E assim escrevera num caderno da sexta série que encontrara em meio aos livros empilhados no canto do quarto, achou uma página em branco, prosseguiu, quis relatar ali, suas angústias, suas experiências com a insônia da qual nunca mais se desvencilhou. Mal sabia o porquê que precisava anotar aqueles pensamentos moribundos, mas sabia que estava cansado daquela vida. E o suícidio jamais seria uma opção. Preferia sofrer a vida toda, e talvez sofreria.






John Miller, conhecido como, ''o gato'', cresceu numa cidade pobre, rural, onde conviveu com os animais, e a vida simples do campo. Seus Pais trabalhavam no sítio, mas com o intuito de subsistência, então não podiam dar ao filho a vida que sempre sonhara. Aos 12 anos ganhou um rádio TV, o sinal era muito ruim, mas as vezes conseguia sintonizar alguns canais, e ansiava pelo dia que conheceria a cidade grande, mas seus pais o desiludiam, dizendo que já tentaram a vida lá, e que era uma vida desumana. Mas o sonho não acabou, aos 18 anos, fez sua mochila com algumas roupas, e uma gaita de boca que herdara de seu avô, que as vezes ensaiava algumas notas de blues no qual ouvia no rádio, B.b. King.






E despediu-se de seus pais, com as lágrimas caindo ao chão, e um abraço de até quem sabe um dia, e o velho Miller, juntou suas economias num punhado, abriu a mão de John, e o entregou, dizendo - Filho, vá atrás dos seus Sonhos, mas não esqueça de nós, e tudo o que vivemos juntos. Olhando a expressão triste de seu pai, John deu um abraço mais forte no seu velho, e partiu sem olhar para trás, com medo de desistir dos planos.






5 anos depois.






John passou por alguns empregos, demorara a se adaptar a nova vida urbana. Tudo era novo, as pessoas se portavam formalmente, o sotaque, a linguagem, a discrição, tudo era novo para John. Mas sua inteligência fez desviar dos males da sociedade, e assim chegar onde sua alma tanto queria. John sempre apreciou a música, apesar de nunca ter recursos suficientes para estudar, sentia as notas vibrarem em seu interior, como conhecia o blues quando ouvia nas rádios do interior, toda noite depois do trabalho, tocava por horas sua gaita.






Trabalhando num bar conhecido da cidade, conheceu muita gente, muitos músicos, e um dia recebeu um convite para dar uma palinha com sua gaita. John tremera as pernas, mas sabendo que não havia nada a perder, foi sem Medo. A banda começou a tocar um Blues clássico, e john não gaguejou, fez aquele bar tremer, e arrepiar quando começou a solar o mais belo blues que aqueles boemios haviam de presenciar. Todos se olhavam, e não acreditavam que um garçom que servia bebidas com um avental velho, pudesse fazer aquilo, e assim John passou de garçom para músico...






Continua...



sábado, 14 de janeiro de 2012

Entre nós dois...



Eu estou aqui nesta penumbra tentando me comunicar por este teclado empoeirado, ouvindo um som que não me faz lembrar ninguém, apenas tentando relaxar. É o que estou precisando ultimamente. E aqui estou escrevendo para quem? tanto tempo que não escrevia, talvez tenha reprimido todos esses meses minhas inspirações e frustrações. Tenho me calado como nunca havia feito, entrado em um casulo quente, confortável, e não queria dividir isso com ninguém.






Meu amigos estavam preocupados, nos últimos dias demonstrava um semblante empobrecido de emoção e ânimo, me perguntara o que seria isso, não sei, sei que estou aqui tentando me encontrar em palavras jogadas ao vento, e a chuva continua a cair passando um clima dramático, emblemático, pois estamos no início do filme, não conhecemos nem os protagonistas. Quero olhar nos teus olhos e dizer as mesmas coisas, para reforçar discurso, meus ideais são claros. Quero olhar nos teus olhos, mais uma vez, e ouvir da tua boca que você não me quer mais. E isso me trará as forças que eu preciso, forças opostas, sou a contrário, você me conhece? nem eu me conheço, gostaria de ser simples, gostaria de ser burro, talvez não sofresse tanto com todas as coisas erradas que vejo.






Um abraço forte, demorado, funcionaria mais que várias sessões de terapia, tenho certeza. Mas não me abrace duas vezes se vai me deixar sozinho a noite, se vai me largar as margens da indiferença, se vai me deixar assim. como estou. Talvez não precise de nada disso, preciso me concentrar. Se o seu sonho já não é mais sonho, ou você conquistou ou você desistiu. Eu nunca vou desistir, minha teimosia vai me fazer chegar lá no alto, e você vai lembrar de tudo o que a gente passou. FORÇA FÉ CORAGEM

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Espírito Africano



Parece meio suspeito não? Um branco escrevendo sobre isso. Mas creio que uma pequena parte há de compreender-me.

Realmente em uma visão geral ficou claro o motivo de muitos acontecimentos ao longo da história da humanidade. Um deles posso citar que fora a escravidão. Era melhor realmente reduzir a menos estes ditos seres humanos, afinal em um confronto direto acho que saberíamos bem o resultado.

Sim. O aspecto atlético era natural. O poderoso hormônio conhecido como melanina sempre deixou eles anos luz à frente dos demais povos. E este medo, esta covardia, esta legítima submissão dos ancestrais de Hitler e Mussolini, fez-lhes agir desta maneira. E, com o roubo de todas as suas riquezas, a África acabou se tornando o continente mais pobre financeiramente.


Mas, no entanto as pessoas gostam de enfatizar apenas aquilo que está ruim. Poucos pensam inicialmente em reconhecer a glória deste povo no fim do Apartheid. Sem dúvida o branco sempre teve uma espécie de medo genético. Acho que um legítimo sentimento de inferioridade. Mas tais fatos foram há muito tempo. Concentremo-nos em mais pra frente.

À seguir chegamos no maior símbolo de segregação racial do mundo (sim na minha opinião) talvez que são os Estados Unidos da América. Sempre maltratados (principalmente pelos escrotos republicanos), em virtude do sentimento se submissão que já citei e medo,  isso fora acabando com os diversos movimentos como o dos Panteras Negras com mais agressividade e os exemplos de paz de Malcolm X e Luther King. Mas aonde quero chegar?

Como é um assunto muito amplo, tendo a focar-me especificamente em meu país e mais precisamente em minha cidade. Como dizia já Seu Jorge, no Brasil o racismo é muito pior do que nos EUA, pois lá, os negros sabem o que é de fato este espírito. Aqui, bem, parte da população negra simplesmente é calada e finge que não vê. Mas não estou lá pra cima pra relatar tão bem isso. Por isso chegamos à Capital do (a) Racismo Cultura.


Eu sempre vi ao meu redor. A cultura daqui subjugando os negros porque, em sua maioria, não são psicóticos que só pensam em dinheiro (como os italianos daqui, sim eu disse italianos, sim pode me denunciar) e se concentram em coisas que importam muito mais, como aproveitar a vida e não “economizar pra se formar em engenharia”.


A inveja das pessoas e a cultura do capital é realmente um choque para qualquer pessoa com certa dose de humanidade. No entanto, existe algo que me entristece ainda mais. É o sentimento de submissão de certos negros que vejo aqui. E pois é. Hoje vejo o homem mais poderoso do mundo negro (Barack Obama) e um dos atletas de maior destaque, também negro (Usain Bolt). Meu sonho era gravar a cara destes racistas ao saberem destas notícias. Sonho maior ainda seria ver o prefeito desta cidade com tais características.

Uns (a maioria) nunca sequer ouviram falar em Tupac, tampouco sobre rastafári (aqui isso é um penteado). Outros mantêm aquele sentimento de ficar quietos. E os piores, mais escrotos, autênticos negros nazistas, aqueles que renegam a raça e “tornam-se” italianos cultivadores de capital. Mas vocês devem saber bem o que Sartori e cia. pensam de vocês.

Não vejo movimentos sociais. Não vejo movimentos culturais que valorizam coisas como reggae e hip hop. Vejo apenas greves de metalúrgicos e divulgações da festa da uva. E rainhas negras nesta festa? Faz-me rir. Algo deve ser feito. Não falo em brancos de um lado e negros do outro (como é o sonho de muitos de ambos os lados). E falo sim em esquerda (humanidade, igualdade e fraternidade) contra direita (capital conservadorismo e radicalismo anti-humano). Estes “irmãos” é que devem de fato se unir.

Por fim, deixo aqui uma mensagem de um de meus maiores mentores e influenciadores. Sim, minha mentalidade é essa. Já fui diferente sim, quando era um adolescente escroto. Mas fui salvo a tempo. Salve Zumbi! Salve Mãe África!

2Pac – Keep Ya Head Up (Mantenha Sua Cabeça Erguida)
Uma pequeno gesto pro meu afilhado Elijah e uma garotinha chamada
Corinne
Primeiro verso:

Alguns dizem a fruta esta mais madura, o suco esta mais doce
Eu digo a luz esta mais escura e a base mais funda
Eu comemoro com minhas irmãs o bem-estar
Tupac se liga, ninguém mais se liga
E uhh, eu sei que eles te batem muito
Quando você aparece os manos da vizinhaça ficam fazendo palhaçada
Mas por favor não chore, enxugue seus olhos, nunca permita
Perdoe mas não esqueça, menina matenha sua cabeça em pé
E quando ele diz que você é nada não acredite nele
E se ele não aprender a amar você, você deve deixar ele
Porque irmã você não precisa dele
E eu não estou tentando melhorar você, eu só digo o que vejo
Você sabe que isto me faz infeliz (o que é isso?)
Quando os irmãos fazem bebês, e deixam uma mulher jovem para criar o filho
Sendo que todos vieram de uma mulher
Uma mulher dá seu nome e sua vida
Eu me espanto vendo o que nós fazemos com nossas mulheres
Nós violentamos nossas mulheres, nós odiamos nossas mulheres?
Eu acho que está na hora de defendermos nossas mulheres
Hora de cicratizar nossas mulheres, sermos honestos com elas
E se isso não acontecer, teremos uma raça de crianças
Que odiarão as mulheres, que fazem bebês
E ainda que um homem não possa fazer um
Eles não tem direito de escolher quando e onde uma mulher irá criar uma criança
Então o homem de verdade acordará
Eu sei que as mulheres são desvalorizadas, mas fiquem com a cabeça erguida
Refrão
Eeewww criar uma criança será mais fácil
Eeewww as coisas ficarão mais brilhantes
Eeewww criar uma criança será mais fácil
Eeewww as coisas ficarão mais brilhantes
Segundo verso:

Aiyyo, eu lembro de Marvin Gaye, costumava cantar pra mim
Ele me ensinou que a coisa certa era ser como um negro
E de repente uma favela não parecia tão agressiva
A gente achava que era tão rustico, a gente sempre teve o suficiente
Eu tive resentimento e raiva sobre o toque de recolher e quebrei as regras
Andei com a galera local, e fumei com eles
E percebi que minha mãe pagou o preço realmente
Ela deu sua vida para me defender
E tudo que eu tive que dar pra ela foram meus sonhos
O jeito que eu usava o microfone, e fazia isso diante das telas
Eu tentava fazer um dollar com 15 centavos
É difícil aindar pagar o preço
E no final parecia que eu estava lendo pra uma caneta
Eu tentei e achei meus amigos, mas eles estavam voando com o vento
A noite passada meu amigo perdeu toda a família dele
Isso leva um homem a conquistar sua loucura
Isso parece que a chuva nunca irá parar
Eu tento manter minha cabeça em pé, ainda para se manter molhado
Tá ligado como é legal quando a chuva cai
Eles conseguem dinheiro com guerra, mas não conseguem acabar com a pobreza
Falam que não tem esperança para a juventude e a verdade é
Não há esperança para o futuro
E não sabem porque nós ficamos loucos
Eu culpei minha mãe, por tornar meu irmão um viciado em crack
A gente não visou a sobrevivencia, porque isto é uma configuração
E ainda penso que você se prejudicou
Mas precisa manter sua cabeça eeguida
Refrão
Terceiro verso:

E uhh
Para todas a mulheres que tem que criar seus filhos sozinhas
Eu sei que é difícil e vocês se sentem sozinhas
O pai se foi e deixou você solitária
Agradeço a Deus pelos meus filhos, e que ninguém mais quer eles
Porque eu acho que isso fuciona, tenho certeza
E se você cair, continue em pé e volte para ter mais
Porque não há nada pior que quando seu filho
quer saber porque seu pai não o ama mais
Você não pode reclamar que sua parte
Da sua mãe sem um pai, precisando de ajuda
Porque tem muitas coisas para você dividir
Agonizante por dentro, mas por fora você tem medo
Lágrimas temporarias, descendo pelas suas bochechas
Você está firme pulando por coisas e não caiu essa semana
Porque se tivesse caído, você não poderia usar isto para me culpar
Eu estava dando este mundo e não fiz isso
Agora meu filho esta ficando mais velho e quanto mais velho mais frio
De ter o mundo em seus ombros
Enquanto as pessoas ricas estão dirigindo uma Mercedes Benz
Eu estou ainda tentando ficar com meus amigos que sobreviveram
Isto é maluco, parece que eu nunca vou desistir
Por favor... você tem que manter sua cabeça erguida