terça-feira, 24 de agosto de 2010

Despreparo Psicológico


Vivendo cada dia como se fosse o primeiro, nenhuma certeza decretada na sua mente.


Você prepara o café da manhã, faz a barba, escova os dentes e vai pro seu trabalho. Até ai tudo bem, são apenas atividades do cotidiano, aprendizados automáticos que não acrescentam mais estímulos neuronais, e você se acha o máximo por resolver pepinos que qualquer um resolveria, assim como consertar o chuveiro, fazer compras no mercado, levar o cachorro passear, estudar para a prova, passar numa entrevista nepotista e assim vai.
Entretanto seu emocional não é amadurecido, seu psicológico é despreparado para suportar qualquer desventura dolorosa, frustração amorosa, você sustenta uma alma, um corpo, uma ideologia, uma filosofia de vida que é distinta de 6 biliões de seres, a individualidade que ostenta é sua, você cultiva, você se apropria, porém estamos em épocas em que cada sociedade, tribo, ou cultura local, mantém uma idéia fixa do que é normal, e o que está fora disso é inaceitável. A cultura multi étnica está perdendo para o capitalismo, para racionalização predisposta de um povo que idolatra Roberto Marinho acima da razão.
Mas aonde eu quero chegar com essa ladainha, eu quero salientar o despreparo psicológico em que nossas mentes vão trilhando, talvez a criação moderna em que a palavra NÃO, é usada ocasionalmente, em que a idéia dos filhos tomarem seus próprios tombos para conhecer como a vida é seja antiquada, se tirarmos a lição em toda parábola realista em que atuamos no dia-dia, se dermos a cara a tapa, e esse tapa tiver realmente algum motivo para você, uma lição construtiva pode ser a longo prazo melhor do que se acostumar com a perfeição.
Nos preocupamos tanto em querer fazer acontecer, querer mostrar, querer ser melhor que o outro, em querer produzir, que esquecemos de viver o hoje, esquecemos de prestar atenção no som das árvores, dos insetos, esquecemos de escutar uma boa música deitado olhando para as estrelas, parece que somos hipnotizados pela pressão cotidiana e isso não requer nenhuma análise de si, esquecemos do que nos faz realmente feliz. Exercitar a paciência num dia calmo para quando tiver no inferno, não queimar no fogo da raiva. Escute seu coração, e tenha preparo, não preparo financeiro e nem físico, eu digo preparo psicológico. A decepção é um estágio em que devemos passar, mas não perpetuar.