Olho pela Fresta da Cerca que me impede chegar as margens do lago, quero visualizar no reflexo das águas meu espelhamento, para talvez descobrir de uma vez quem sou, mas a proteção criada pelos homens não está colaborando estou a quilometros vagando pela encosta desse lago, acho que já contornei por completo, mas parece estar tudo igual.
O perplexo complexo dessa angústia mortal, nos fere como uma adaga envenenada, pouco a pouco o veneno se alastra pela corrente sanguínea, afetando os orgãos por onde passa, meu cérebro parece estar intacto, minha atenção seletiva está se focando na dúvida. Minhas glândulas tentam suprir a descarga de todos os hormônios que necessito para conviver com esse mal.
E a solidão, minha fiel companheira, me acompanha desde que esse questionamento perdura, agora ouço grilos que iludem ao ponto de acreditar que tudo está calmo, pacato, filhos da mãe. Preciso Concentração.