sexta-feira, 22 de julho de 2011

Nada mais que a realidade.

Sempre que passo por situações que me tocam, sinto uma necessidade de constar aqui, em forma de texto. Hoje estava voltando do mercado, quando um grupo de crianças me abordaram puxando assunto e me fazendo perguntas. Notei que todos eram muito novos para estarem sozinhos na rua, estavam com roupas sujas e rasgadas. Eu costumo avaliar com um sentido mais simbólico e social as expressões e as falas dos sujeitos, e percebi uma ânsia por curiosidades e brincadeiras nos olhos daqueles meninos, e ao mesmo tempo um olhar ímpar sobre a vida. Não sei eles, mas muitos vivem em situação de vulnerabilidade social, sem ter o que comer, independentes dos pais, e sem carinho e amor que uma criança de família merece ter.

Costumo me enunciar demasiadamente essa questão, pois não é justo uma parcela comer caviar e a outra comer comida do lixo. E ai vem aquele burguês que não sabe porra nenhuma da vida e nunca passou dificuldades, e diz que cada um tem as suas escolhas e consequentemente seus destinos. Quando existe mais de uma opção, todos têm o direito de escolha, mas acontece que esses filhos do Brasil estão pagando pelos erros dos pais. O pai Social: Brasil e os pais de Criação.


As vezes um sujeito não teve chance de estudar, porque teve que trabalhar para comprar pão para a família, outrora o cidadão começou a beber, entrou nas drogas, entrou para o crime. Criamos hipóteses extensas, que poderiam justificar a desistência do trabalho correto, da preservação da saúde. Somos adaptados a aceitar o que nosso ambiente proporciona, nas favelas, muitas vezes os pais, os primos, os amigos, fumam, vendem, drogas, entram para o crime. é uma realidade triste, e que não culpamos a quem não teve outra opção.

Quando os políticos deixarem de olhar apenas para si e olharem a enchente de pobreza com humanidade, talvez ele parem de roubar nossa grana e ajude a nós termos nossos direitos devidos pela constituição. Onde está a igualdade de valores?