segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Insônia (parte 1)



''Já cansei de tentar conscientizar as pessoas sobre o que certo e o que é errado, quantas vezes sabia do que se tratava, dos valores morais de cada decisão, e escolhi o errado. Então deixamos a hipocrisia para outros fins.






Já cansei de esperar as pessoas mudarem seus paradigmas, conceitos, personalidade e puta que o pariu. Chame como você quiser, eu acredito numa falsa mudança para agradar familiares, namoradas, amigos e chefes, como diria Dr. House, todos mentem. E não acredito em Papai Noel, para crer em mudanças tão intrínsecas.






Já cansei de repudiar certos instintos, vou concretizar-los a maioria que puder. Não vou esperar aprovação de Ninguém, não mesmo.






Já cansei de virar noites, conversando, bebendo, chorando, tocando, e muitos outras besteiras... Certamente a insônia é a principal culpada nesse julgamento. Ela me faz escrever, ela que me faz ativar minha memória, ela que me faz viver. Ela é meu oxigênio que combinado com outro átomo se torna letal, mas por ora é vital.''






E assim escrevera num caderno da sexta série que encontrara em meio aos livros empilhados no canto do quarto, achou uma página em branco, prosseguiu, quis relatar ali, suas angústias, suas experiências com a insônia da qual nunca mais se desvencilhou. Mal sabia o porquê que precisava anotar aqueles pensamentos moribundos, mas sabia que estava cansado daquela vida. E o suícidio jamais seria uma opção. Preferia sofrer a vida toda, e talvez sofreria.






John Miller, conhecido como, ''o gato'', cresceu numa cidade pobre, rural, onde conviveu com os animais, e a vida simples do campo. Seus Pais trabalhavam no sítio, mas com o intuito de subsistência, então não podiam dar ao filho a vida que sempre sonhara. Aos 12 anos ganhou um rádio TV, o sinal era muito ruim, mas as vezes conseguia sintonizar alguns canais, e ansiava pelo dia que conheceria a cidade grande, mas seus pais o desiludiam, dizendo que já tentaram a vida lá, e que era uma vida desumana. Mas o sonho não acabou, aos 18 anos, fez sua mochila com algumas roupas, e uma gaita de boca que herdara de seu avô, que as vezes ensaiava algumas notas de blues no qual ouvia no rádio, B.b. King.






E despediu-se de seus pais, com as lágrimas caindo ao chão, e um abraço de até quem sabe um dia, e o velho Miller, juntou suas economias num punhado, abriu a mão de John, e o entregou, dizendo - Filho, vá atrás dos seus Sonhos, mas não esqueça de nós, e tudo o que vivemos juntos. Olhando a expressão triste de seu pai, John deu um abraço mais forte no seu velho, e partiu sem olhar para trás, com medo de desistir dos planos.






5 anos depois.






John passou por alguns empregos, demorara a se adaptar a nova vida urbana. Tudo era novo, as pessoas se portavam formalmente, o sotaque, a linguagem, a discrição, tudo era novo para John. Mas sua inteligência fez desviar dos males da sociedade, e assim chegar onde sua alma tanto queria. John sempre apreciou a música, apesar de nunca ter recursos suficientes para estudar, sentia as notas vibrarem em seu interior, como conhecia o blues quando ouvia nas rádios do interior, toda noite depois do trabalho, tocava por horas sua gaita.






Trabalhando num bar conhecido da cidade, conheceu muita gente, muitos músicos, e um dia recebeu um convite para dar uma palinha com sua gaita. John tremera as pernas, mas sabendo que não havia nada a perder, foi sem Medo. A banda começou a tocar um Blues clássico, e john não gaguejou, fez aquele bar tremer, e arrepiar quando começou a solar o mais belo blues que aqueles boemios haviam de presenciar. Todos se olhavam, e não acreditavam que um garçom que servia bebidas com um avental velho, pudesse fazer aquilo, e assim John passou de garçom para músico...






Continua...



sábado, 14 de janeiro de 2012

Entre nós dois...



Eu estou aqui nesta penumbra tentando me comunicar por este teclado empoeirado, ouvindo um som que não me faz lembrar ninguém, apenas tentando relaxar. É o que estou precisando ultimamente. E aqui estou escrevendo para quem? tanto tempo que não escrevia, talvez tenha reprimido todos esses meses minhas inspirações e frustrações. Tenho me calado como nunca havia feito, entrado em um casulo quente, confortável, e não queria dividir isso com ninguém.






Meu amigos estavam preocupados, nos últimos dias demonstrava um semblante empobrecido de emoção e ânimo, me perguntara o que seria isso, não sei, sei que estou aqui tentando me encontrar em palavras jogadas ao vento, e a chuva continua a cair passando um clima dramático, emblemático, pois estamos no início do filme, não conhecemos nem os protagonistas. Quero olhar nos teus olhos e dizer as mesmas coisas, para reforçar discurso, meus ideais são claros. Quero olhar nos teus olhos, mais uma vez, e ouvir da tua boca que você não me quer mais. E isso me trará as forças que eu preciso, forças opostas, sou a contrário, você me conhece? nem eu me conheço, gostaria de ser simples, gostaria de ser burro, talvez não sofresse tanto com todas as coisas erradas que vejo.






Um abraço forte, demorado, funcionaria mais que várias sessões de terapia, tenho certeza. Mas não me abrace duas vezes se vai me deixar sozinho a noite, se vai me largar as margens da indiferença, se vai me deixar assim. como estou. Talvez não precise de nada disso, preciso me concentrar. Se o seu sonho já não é mais sonho, ou você conquistou ou você desistiu. Eu nunca vou desistir, minha teimosia vai me fazer chegar lá no alto, e você vai lembrar de tudo o que a gente passou. FORÇA FÉ CORAGEM