Se a insônia diurna frente aos problemas da sociedade está inquietando sua paz, viaje nesse Blog. Acompanhe a loucura e a lucidez de mentes livres e pensantes.
sexta-feira, 15 de junho de 2012
O Rock Brasileiro
Realmente a coisa está feia. E muito.
Ora não me venha com aqueles papos de gostos serem respeitados. Em meios aonde a hipocrisia é menor (como a literatura), isso não acontece. Pelo menos não com a mesma intensidade. Mas é algo complicado. Realmente é difícil julgar algo que é bom ou ruim, afinal...mimimi. Mas talvez eu possa teorizar isso em torno da moral. Do humanismo. Música à favor do bem, da igualdade, do ser humano. Mas e a diversão, aonde fica? Depende. Aonde vão parar as conseqüências desta diversão? Qualquer extremo leva a perdição.
Eu não vou abordar papos clichês de conteúdo e inteligência, muito menos dizer coisas óbvias como, as consequências do funk. Acho que o mal que deve ser combatido não é esse. Este mal eu chamo de controvérsia musical. Mas o que seria isso? Exemplifiquemos.
Pois bem, surgia então o rock'n roll clássico, filho do já questionado blues, deixando a sociedade de cabelos em pé. Elvis Presley e seu rebolado destruía todos os conceitos de conservadorismo, trazendo à tona a mentalidade revolucionária do jovem. Passam-se x anos e o que vemos? Rock sendo visto como música de gente superior, culta, inteligente. Esse seria o caso do underground, porque o midiático nem vale a pena citar. Acontece aqui uma bela e ridícula CONTROVÉRSIA!
Mas alto lá. Ainda não termina. Nosso rock nacional, é induzido por Raul então. Logo depois a Tropicália, os anos 80 e uma geração mágica, um último esboço do movimento punk com os anos 90 e de repente...tudo desaparece! O rock brasileiro morreu faz tempo. E outros estilos, chamados pelos cultos roqueiros de "baixos" como o rap, estão dando uma verdadeira lição do que é a música de qualidade. A música que move legiões. O brasileiro, desde o antigo ao atual está fazendo o que o rock deixou de fazer faz tempo. Criar mentes fortes, ideológicas e que façam algo por alguém. Não simplesmente chorar e falar de namoros. Ou mostrar seu nível cultural abordando estilos que misturam anos 60 com o novo. Chega de status social, rock não é isso!
O rap é o rock'n roll de verdade aqui no Brasil!
Mas daí você chega e apresenta o rap para um roqueiro e ele rejeita. É um estilo muito fraco para o nível cognitivo-intelectual-cultural de sua guitarra Fender de quatro mil reais. O importante é a demonstração de poder. É como a frase de Tico Santa Cruz: pessoas feias tornam-se músicos, para assim tornarem-se lindas. Mas eu pergunto? Isso é rock? Com certeza há o contexto comercial (inclusive no rap atual, criticado pelas escolas antigas), mas é o foco que quero englobar é a própria ignorância do povo. Por fim, deixo um conselho.
Prezado rock brasileiro,
Tire lições com seu filho rap. Ele está mais forte do que nunca. Está movendo as massas. Abra a mão de seu orgulho de intelecto e status e admita que está morto. Reviva com criatividade. Não para comer todo mundo com letrinhas românticas. Olhe o que se passa ao seu redor e DESTRUA. Isso é rock! É ser contra! Chega de voltas a Beatles e Rolling Stones! Não, não, o caminho não é por calças coloridas! Pare e reflita: como Raul Seixas chegou até Renato Russo? O que mudou. Vamos levante! Seus fãs precisam de ti. Chega de tocar por sucesso, dinheiro e mídia!
Por favor, volte a ser o rock de verdade!
segunda-feira, 4 de junho de 2012
Início, Meio e Fim - A linha tênue entre a genialidade e a loucura.
Realmente não esperava tanto de um documentário, desde
pequeno ouço as músicas do Raul Seixas graças a meu pai que numa atitude
audaciosa me presenteou com o CD. E por ser muito jovem, não entendia as
letras, mas adorava as melodias e as misturas de estilos. Fiquei um tempo sem
ouvir, e comecei a ler, pensar, questionar, escrever, tocar, e isso tudo me deu
embasamento para ter um olhar mais poético e crítico sobre as letras. E então
entendi o que o gênio da música brasileira queria passar nas suas músicas, situei
todas as letras naquele contexto da época, da ditadura, do movimento da contra
cultura. E fiquei fascinado.
Ontem pude assistir ao documentário ‘’Início, fim
e o meio’’ que conta a história em forma de depoimentos e filmagens da época da
vida do Raul Santos Seixas. Influenciado pelo rock, blues, country desde cedo,
especificamente Elvis Presley, montou
bandas na qual já demonstrava um expressão e talento de um artista em crescente. Com a
ambição de conseguir reconhecimento pela sua música, batalhou muito até assinar
contrato com a gravadora que difundiu seu trabalho.
Paulo Coelho foi uma figura
importantíssima na libertação da loucura poética de Raul Seixas, e parceiro na
composição de muitos sucessos. Outros compositores também dividiram letras, e todos
dão seu depoimento no filme. No decorrer do documentário, temos a oportunidade
de sentir o quão influente ele foi, e entender a genialidade daquela loucura. A
inteligência subliminar que permitia que suas músicas não fossem censuradas,
libertou a mente de uma geração que aderiu a filosofia do seixismo. ‘’Faça o
que tu queres, pois é tudo da lei’’ ‘’Eu prefiro ser essa metamorfose
ambulante’’.
E o exército estava formado, uma corrente de pensamento místico e
ideológico foi compartilhado e vivido. O filme trata da clara decadência da
carreira e da vida pessoal de Raul em função da dependência química. Fazem-nos
questionar até que ponto ela servia de estimulante criativo, ou se apenas era
um analgésico que cicatrizava as dores da distância familiar. Assistam e vejam
por vocês o que foi a vida desse gênio. Excelente trabalho do Walter Carvalho e
toda produção envolvida. ‘’Enquanto você se esforça pra ser um sujeito normal e
fazer tudo igual’’
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